As Pulgas: As pulgas são pequenos insetos que pertencem à Ordem Siphonaptera (siphon = tubo; aptera = sem asas), além das muito bem conhecidas pulgas, esta ordem também compreende os insetos conhecidos como bichos-de-pé.
Tanto um como outro são classificados como insetos hematófagos, ou seja, se alimentam sugando o sangue de seus hospedeiros.
Esses insetos são encontrados em todo o mundo, com aproximadamente 2400 espécies conhecidas, dessas, pouco mais de 200 ocorrem na América do Sul, e no Brasil já foram contabilizadas 56 espécies.
Quem são os Siphonaptera ?
Para começar esta apresentação devemos falar que a Ordem Siphonaptera está incluída na Classe Insecta, a qual pertence ao Filo Arthropoda.
O grupo dos artrópodes é o que contém o maior número de espécies de todo o reino animal e inclui, além dos insetos, outras classes onde encontramos os crustáceos, aranhas, escorpiões, carrapatos, ácaros e centopeias, entre outros.
As características que definem o grupo dos artrópodes são, entre outras:
Presença de um esqueleto externo, ou exoesqueleto, composto por uma substância chamada quitina;
Presença de apêndices articulados, como patas, por exemplo;
Ocorrência das chamadas ecdises (ou também chamadas mudas): trocas periódicas do exoesqueleto, que ocorrem durante todo o desenvolvimento do animal.
A Classe Insecta compreende todos os insetos existentes, desde os mais primitivos, como as traças (Thysanura) até grupos altamente complexos como a ordem Hymenoptera, onde se encontram abelhas, formigas e vespas, entre outros.
Em termos de morfologia (forma do corpo) podemos dizer que os insetos possuem três pares de pernas e, geralmente, dois pares de asas, embora existam algumas exceções, como é o caso das pulgas.
Dentre os grupos de artrópodes a Classe Insecta é reconhecida como a que apresenta o maior número de espécies, o qual foi estimado pelos cientistas em 10 milhões!
Desta forma, estes pequenos animais ultrapassam de longe - em número de espécies - todas as outras espécies de animais do mundo juntas.
A abundância destes organismos também é enorme, alguns cientistas estimam que existam cerca de 200 milhões de insetos para cada ser humano vivo hoje em dia!

As causas de todo este sucesso adaptativo residem na capacidade de resistir à perda de água devido ao seu exoesqueleto quitinoso; o surgimento das asas, que permitiu a ocupação de novos ambientes; e à metamorfose completa, onde as formas imatura e adulta diferem completamente, vivendo e se alimentando em ambientes e dietas distintas.
Além de estarem entre os animais terrestres mais abundantes, os insetos também estão amplamente distribuídos por todo o mundo.
Espalharam-se por praticamente todos os habitats onde a vida é possível, desde desertos e regiões devastadas até topos de montanhas, passando por florestas tropicais e, logicamente, o ambiente urbano.
Embora a maioria das pessoas, ao ver qualquer tipo de inseto, pense logo “aaaah, um bicho... vou matar!”, identificando estes bichinhos no mesmo instante como pragas, a humanidade teria grande dificuldade para sobreviver se todos os insetos simplesmente desaparecessem de repente.
Alguns produzem materiais úteis, como o mel e a cera das abelhas, a seda do bicho-da-seda e a laca produzida por uma cochonilha, só para citar alguns exemplos.
Porém, muito mais importante é o fato de que os insetos são necessários para a polinização de um enorme número de espécies de plantas.
Sem eles, com certeza muitas plantas não conseguiriam mais se reproduzir, causando grandes desastres ecológicos e econômicos.
Além disso, muitos dos insetos predadores, como besouros cicindelíneos, larvas de moscas sirfídeas, formigas-leão, louva-a-deus e joaninhas, destroem insetos nocivos, como as pragas de culturas agrícolas.
Insetos parasitoides também são muito importantes no controle de populações de muitos insetos, animais mortos são rapidamente consumidos por larvas que nasceram de ovos de alguns tipos de insetos colocados em carcaças. E, para terminar, os insetos servem como uma importante fonte de alimento para muitas aves, peixes e outros animais.
Diversidade de Siphonaptera:
Atualmente, estão descritas pelos cientistas aproximadamente 10 milhões de espécies animais viventes, e alguns estudiosos estimam que o número total de espécies que ainda estão por descrever esteja perto dos 30 milhões!
Só os insetos compreendem 750 mil espécies, mas, não se assuste! Os benefícios gerados por este grupo superam em muito os prejuízos que os insetos causam ao homem, porém não se podem descartar os insetos nocivos, que causam danos às plantas, animais e ao próprio homem.
As pulgas se encaixam nesse último tipo: na fase adulta, as pulgas são ectoparasitos, isto é, são parasitas que vivem sobre o corpo de seu hospedeiro (aves e especialmente mamíferos), alimentando-se de seu sangue.
Já na fase de larva, elas apresentam vida livre e aparelho bucal do tipo mastigador. Algumas espécies apresentam especificidades de hospedeiro, embora a maioria possa ter mais de um tipo de hospedeiro.
Quase todas as ordens de mamíferos já foram encontradas sendo parasitadas por pulgas, no entanto, elas são encontradas mais frequentemente em roedores, marsupiais, morcegos, coelhos e lebres, preguiças e tatus, além dos carnívoros em geral.
Entre os primatas, apenas o homem é um hospedeiro habitual.
Do ponto de vista epidemiológico, os roedores são os hospedeiros mais importantes, pelo fato de suas espécies serem incriminadas como reservatório de várias infecções (peste, tularemia, tifo murino) transmitidas pelas pulgas.
As pulgas podem viver sobre um determinado hospedeiro, ou então, fora dele, geralmente em seu ninho.
A maioria das espécies de pulgas se encaixa no primeiro tipo, vivendo sobre a pelagem dos hospedeiros e neles alimentando-se intermitentemente (as pulgasXenopsylla spp, Ctenocephalides spp, por exemplo) ou então, penetrando sob a pele dos hospedeiros, aí se alimentando permanentemente (fêmeas fertilizadas de Tunga spp, os chamados bichos-de-pé).
Outras espécies não vivem sobre o hospedeiro, só o procurando para se alimentar, como, por exemplo, Pulex irritans.

As pulgas são insetos pequenos: medem de 1 a 3 mm, de cor castanha escura e de corpo achatado lateralmente, para facilitar sua locomoção entre os pelos do hospedeiro.
Quem já tentou pegar pulgas de seu cão alguma vez sabe que esta forma de corpo facilita muito a fuga do inseto!
São ápteras, ou seja, não possuem asas, o último par de pernas é adaptado para saltar, o que lhes permite dar pulos extraordinários, que chegam a medir várias vezes o seu tamanho!
Apresentam aparelho bucal do tipo picador-sugador, os machos, além de serem menores que as fêmeas, diferenciam-se destas pela morfologia dos órgãos genitais: enquanto neles a extremidade posterior - onde está o órgão copulador - é pontuda e voltada para cima.
Nas fêmeas a extremidade posterior é arredondada, exibindo uma estrutura visível após clarificação de alguns segmentos do abdômen.
As pulgas possuem numerosas cerdas, de grande importância para sua classificação taxonômica.
Dessas, as mais importantes são as localizadas na cabeça, atrás das antenas, e as mais espessas, em forma de pente, junto do aparelho bucal.
Um casal de pulgas hoje, uma grande família amanhã...
Aqui ficaremos sabendo um pouco a respeito da reprodução destes pequeninos insetos, em geral, a cópula é realizada pouco depois que as pulgas emergem dos pupários.
Após a fecundação, a fêmea necessita de repasto sanguíneo para começar a ovipor, as fases de desenvolvimento das pulgas são: ovo, larva I, larva lI, larva III, pupa e adulto.
São, portanto, insetos que têm metamorfose completa – os chamados holometábolos.
Cada pulga, dependendo da espécie, põe parceladamente seis ou mais ovos, o que resulta num total de 500 a 600 ovos em toda a sua vida.
Em temperatura de 23-26°C e umidade relativa do ar elevada, a eclosão do ovo ocorre dentro de um a três dias.
A larva III tece um casulo em volta de si, após imobilização e esvaziamento dos intestinos (pré-pupa) para transformar-se em pupa.
O período de pupa até a libertação do adulto demora cerca de cinco a 10 dias em temperatura de 26°C, em temperaturas mais baixas (10°C), pode chegar a 200 dias.
As pulgas adultas são hematófagas obrigatórias, isto é, alimentam-se obrigatoriamente de sangue.
Já as larvas, que vivem no solo (frestas de assoalho) ou ninhos de animais, alimentam-se de dejeções das pulgas adultas (sangue e fezes semi-digeridas).
Cada espécie de pulga tem um hospedeiro próprio, mas podem sugar outro animal, caso o seu hospedeiro preferido esteja em falta.
Daí a possibilidade de transmissão de peste e outras doenças ao homem: caso não haja nenhum rato por perto e a pulga esteja faminta, ela dará um jeito de pular em você!
A duração da vida das pulgas é muito variável, dependendo da espécie, da atividade, da temperatura e umidade ambiente e do estado alimentar.
Assim, certos experimentos sobre longevidade de algumas pulgas, alimentadas ou sem alimento, proporcionaram os seguintes resultados:
Xenopsylla cheopis (pulga do rato): alimentada, vive 100 dias; sem alimento, 38 dias;
Pulex irritans (pulga do homem): alimentada, vive 513 dias; sem alimento, 125 dias;
As pulgas podem atuar como hospedeiros intermediários dos seguintes tipos de doenças:
Trypanosoma lewisi:
Protozoário com desenvolvimento posterior em roedores sinantrópicos (isto é, que vivem juntamente com o homem);
Dypilidium caninum:
Verme cestódeo com desenvolvimento posterior no cão (ou acidental no homem); Hymenolepis nana e Hymenolepis diminuta, vermes cestódeos que se desenvolvem posteriormente no homem e/ou roedores;
Dipetalonema reconditum:
Verme nematódeo com posterior desenvolvimento em cães.
De todos esses fatores, o mais importante é a transmissão da peste bubônica, essa é uma doença grave, conhecida desde a Antiguidade.
Ela foi responsabilizada por grandes pandemias, com milhões de mortes, na Europa e Ásia, principalmente nos séculos VI e XIV.
Nessa época, a doença era conhecida como "peste negra". Atualmente, existem certos focos isolados em várias partes do mundo.
Principalmente na Ásia, África e Américas (sudoeste dos EUA, Venezuela, Peru, Equador, Bolívia, Argentina e Brasil), alguns destes focos são considerados persistentes, pois a ocorrência dos surtos da doença é cíclica.
As pulgas, tanto machos como fêmeas, alimentam-se do sangue de seus hospedeiros, com várias espécies continuando a exercer a hematofagia, mesmo após repletas de sangue;
Provocam irritação da pele devido à picada, podendo causar dermatite e reações alérgicas de intensidade variada (por exemplo, prurigo de Hebra);
Causam lesões cutâneas nos locais de parasitismo por Tunga penetrans (bicho-de-pé), com a possível veiculação mecânica do tétano (Clostridium tetani), de gangrenas gasosas (Clostridium perfringens) e de esporos de fungos (Paracoccidioides brasiliensis).
No caso de altas infestações, alguns animais de pequeno porte, como cães e gatos, podem apresentar-se anêmicos, devido à intensa perda de sangue.
A tungíase, doença causada pelo bicho-de-pé (Tunga penetrans) apresenta alta prevalência no Brasil, especialmente nos meses quentes e secos.
Sua ocorrência é muito comum nas zonas rurais, pergunte para aquele seu primo que mora no sítio se ele já pegou um bichinho-de-pé alguma vez... Com certeza você ouvirá: “Mas até que dá uma coceirinha gostosa, viu...”
A tungíase geralmente não causa grandes problemas, basta realizar a assepsia do local e depois remover o inseto com material adequado e esterilizado, o que pode ser realizado por um farmacêutico.
Se não tratada corretamente, porém, a tungíase pode causar, entre os portadores, dificuldades de postura e locomoção, necrose óssea e tendinosa e até mesmo perda de dedos dos pés.

As pulgas podem atuar como vetores dos seguintes tipos de doenças:
Das oito famílias de pulgas existentes no Brasil, apenas três apresentam espécies de importância médica.
Alguns caracteres morfológicos e biológicos que permitem a diferenciação das espécies de importância médica, e, portanto podem ser classificadas como pragas, são dados a seguir:
É a pulga que mais frequentemente ataca o homem, embora também se alimente do sangue de outros hospedeiros.
É uma espécie considerada cosmopolita e muito encontrada em ambientes onde há pouca higiene, como casas velhas.
Não é boa transmissora da peste bubônica, sua picada pode causar em pessoas mais sensíveis uma reação dérmica generalizada – a chamada pulicose.
É muito semelhante às duas espécies seguintes, diferenciando-se delas por, apresentar uma única cerda na parte posterior da cabeça;
Forma da espermateca (traduzindo: uma estrutura como uma cápsula, onde ficam abrigados os ovos) dos exemplares fêmeas.
É a pulga dos ratos domésticos e comensais, é considerada cosmopolita e a principal espécie transmissora da peste bubônica entre roedores domésticos, podendo depois passar destes para os homens.
X cheopis apresenta as seguintes características que a diferenciam da P. irritans:
Apresenta duas fileiras divergentes de cerdas na parte posterior da cabeça, cujos pontos de inserção formam a figura de um V;
Morfologia das espermatecas (no caso de indivíduos fêmeas).
São pulgas de carnívoros, e frequentemente podem ser encontradas parasitando indiferentemente cães e gatos.
Apresentam dois ctenídios (uma espécie de espinho ou cerda) evidentes: genal e pronotal, nomeados de acordo com sua posição no corpo da pulga: o genal está no que seria a “bochecha”, e o pronotal, na nuca.
Em certas regiões do Brasil, C. felis é a principal espécie de pulga que parasita cães, ambas as espécies podem, não raro, picar o homem.
Em algumas regiões do mundo, C. felis é também a pulga mais encontrada no interior de certas habitações.
A diferenciação entre as duas espécies pode ser feita pelo ctenídio genal: o primeiro dente é bem menor que o segundo, em fêmeas de C canis, e um pouco menor que o segundo, em fêmeas de C felis.
São as pulgas de roedores silvestres, mantenedoras da peste silvestre nas Américas, quase 50% das pulgas existentes no Brasil pertencem ao gênero Polygenis. As espécies mais frequentes na zona de peste endêmica do Brasil, isto é, região Nordeste e parte da Sudeste, são P. bohlsi e P. tripus.
As várias espécies de Polygenis podem ser diagnosticadas pela morfologia das genitálias; porém, todas elas apresentam em comum as seguintes características que as diferenciam das demais espécies de pulgas citadas neste texto (sobretudo as desprovidas de ctenídios):
Três fileiras de cerdas na porção posterior da cabeça;
Duas fileiras de cerdas no abdome;
Pênis ou edeago bastante característico pelo fato de ser enrolado e exibindo várias voltas (machos);
Forma das espermatecas (fêmeas).
É o "bicho-de-pé", também chamado "bicho-de-porco" e "bicho-de-cachorro", apesar de ambos os sexos serem hematófagos, apenas a fêmea é que penetra nos tecidos, alimentando-se de líquido tissular e sangue e se enchendo de ovos, tomando uma forma hipertrofiada.
É a menor espécie de pulga conhecida (l mm), tudo indica que essa espécie é originária da América, tendo posteriormente atingido a África, os hospedeiros atacados mais frequentemente são: porco, homem, cão e gato.
No homem, prefere penetrar principalmente na sola plantar, calcanhar, cantos dos dedos (dos pés e mãos) e raramente no escroto, ânus e pálpebras.
Quando as lesões cutâneas são numerosas, próximas entre si e localizadas na borda do calcanhar, recebem a denominação de "favo de mel".
Machos e fêmeas permanecem em locais secos, próximos de chiqueiros, montes de esterco e em locais ao redor da casa (jardins, hortas).
1) ovos, larvas, pupas ou adultos são disseminados junto com esterco oriundo de sítios e fazendas, comprado com a finalidade de se adubar hortas e jardins; o esterco, ao chegar no domicílio e contendo as diversas formas da pulga, passa a ser um novo foco da mesma;
2) cães vadios (ou mesmo gatos) parasitados por fêmeas grávidas de T. penetrans durante suas andanças podem disseminar ovos da pulga que, se caírem em ambiente propício, darão origem a formas adultas.
Após a cópula, a fêmea procura um hospedeiro e penetra ativamente no local escolhido, permanece com a cabeça e o corpo mergulhados nos tecidos, deixando para fora apenas a extremidade posterior que contém a abertura genital, o ânus e os estigmas respiratórios.
Em alguns dias, começa a aumentar o abdome: é que ele está repleto de ovos (cerca de 100), eliminando-os como balas de canhão, ao fim de alguns dias (15, mais ou menos), todos os ovos estão eliminados e a fêmea morre e sai ou é destruída pela reação do hospedeiro.
Os ovos no chão úmido e sombreado darão origem às larvas que passam por apenas dois estádios (as demais espécies de pulgas passam por três estádios larvais).
As larvas dão origem às pupas e, essas, aos adultos, cerca de 20 a 30 dias após a oviposição, já surgem os adultos.
As fêmeas, ao penetrarem, provocam uma coceira intensa, depois de grávidas, continua a coceira e pode haver, às vezes, dor.
Em casos de infestações múltiplas, estas podem chagar a dificultar a movimentação do hospedeiro.
O maior perigo da tungíase é a veiculação mecânica de tétano (Clostridium tetani), micoses (Paracoccidioides brasiliensis), gangrena gasosa (Clostridium perfringens).
As lesões iniciais podem servir também como porta de entrada para outros agentes bacterianos.
Morfologicamente, machos e fêmeas não hipertrofiadas podem ser diferenciados das demais espécies de pulgas por:
Apresentarem o conjunto formado pelos três segmentos torácicos mais curto que o primeiro segmento abdominal;
Lacínias (ou melhor, peças bucais perfurantes) serrilhadas, situadas ântero-inferiormente na cabeça;
Fêmeas não hipertrofiadas apresentam ainda os últimos quatro pares de espiráculos abdominais bem desenvolvidos;
Fronte com tubérculo (digamos, uma pequena saliência) pronunciado.
Para evitar a infestação por T penetrans, as melhores medidas são evitar andar descalço e, ao trabalhar com esterco, usar luvas.
No período de 1977/1991 foram registrados 14.752 casos de peste humana em todo o mundo, com cerca de l.391 óbitos (9,42%). Apenas em 1983 registraram-se 40 casos de peste humana no sudoeste dos EUA, o maior número desde 1920.
Aqui no Brasil, a peste bubônica entrou pelo porto de Santos em 1899, após ter sido introduzida na América do Sul através do porto fluvial de Assunção.
Posteriormente, a peste se disseminou para várias cidades litorâneas e do interior, passou a ter presença constante nas áreas urbana, rural e silvestre.
Com os combates sistemáticos feitos contra as pulgas (Xenopsylla cheopis) e contra os ratos reservatórios (Rattus norvegicus - rato de esgoto; Rattus rattus - rato de telhados; Mus musculus - camundongos), a peste hoje se encontra no Brasil restrita a certos focos silvestres do Piauí, Ceará, Pernambuco, Bahia, Alagoas, norte de Minas e Rio de Janeiro (Teresópolis-Friburgo).
A bactéria causadora da peste bubônica, Yersinia pestis, é um bacilo Gram-negativo, extremamente patogênico para ratos, camundongos, cobaias, coelhos, macacos e para o homem.
É capaz de sobreviver e conservar sua infectividade em fezes dessecadas de pulga, no solo e ninho de animais por longo tempo (que pode durar de cinco a 16 meses!).
Há evidências de que animais de estimação atuem também na transmissão, pelas pulgas de roedores infectados que eventualmente possam carregar.
Em felinos, a doença também pode ser contraída por ingestão de roedores e coelhos infectados.
Em geral, a doença humana ocorre após um surto da doença entre os ratos, o aparecimento de numerosos ratos mortos é o primeiro sinal de peste, que deve ser tomado como alarme.
Após a mortalidade dos ratos, as pulgas, necessitando de alimentos, procuram outros hospedeiros.
Em certas regiões rurais do Nordeste, hospedeiros silvestres são atraídos para o interior ou proximidade (paióis abertos, casas de farinha), que abrigam algum cereal colhido e armazenado sob a forma de grãos.
Dessa forma, os roedores silvestres e/ou campestres, bem como suas pulgas, são postos em contato íntimo com os moradores.
Todavia, mais freqüentemente, as pulgas de roedores silvestres (Polygenis spp), mudando de hospedeiros, podem trazer a peste do meio rural ou silvestre para roedores domésticos.
Estes, com suas pulgas próprias (Xenopsylla cheopis) mantêm a peste na zona urbana ou periurbana, atingindo o homem, a pulga pode infectá-lo através da picada, ocorrendo a inoculação do bacilo.
A transmissão através das fezes ainda é duvidosa (e, mesmo que ocorresse, seria incomum).
Alcançando os vasos linfáticos, os bacilos são levados até os linfonodos (os gânglios linfáticos), onde produzem uma inflamação dolorosa, denominada bubão (daí o nome “peste bubônica”), esta é a chamada forma bubônica da doença.
A partir deste ponto, as bactérias podem cair na corrente sanguínea, atingindo vários órgãos (pulmões, fígado, baço, meninges etc).
A forma pneumônica pode ser adquirida dessa maneira ou por inalação de perdigotos (gotículas de saliva expelidas quando a pessoa fala ou espirra) provenientes de pacientes que já estejam com lesões pulmonares, a forma pulmonar é a mais grave, e sua letalidade é muito próxima dos 100%!
Uma razoável estimativa da infectibilidade da peste em determinadas regiões poderá ser proporcionada através da observação da relação pulga/rato – o chamado índice pulicidiano.
Desta forma, toda vez que a média de pulgas em ratos for superior a cinco, e a pulga prevalente for X cheopis, pode-se dizer que há um alto risco de infecção.
Ultimamente, tem-se admitido um índice cheopis crítico de um (total de X cheopis/total de ratos), segundo o qual medidas de controle devem ser implementadas.
A prevenção da doença consiste no combate sistemático aos ratos e ao transmissor habitual, isto é, Xenopsylla cheopis.
A mais importante doença transmitida pelas pulgas, a peste bubônica, assolou a Europa durante o século XIV, dizimando entre 25 e 75 milhões de pessoas!
Durante o período de revoluções que causou, instituições milenares como a Igreja Católica foram questionadas, novas formas de pensar prosperaram e minorias inocentes como os leprosos e judeus foram perseguidas e acusadas de serem a causa da peste.
Mas, entre todos os nomes que a infecção recebeu, por que “peste negra”? Para isso há uma explicação científica: as bactérias causadoras da doença podem invadir a corrente sanguínea, onde se multiplicam e causam hemorragia em vários órgãos.
As hemorragias podem formar manchas escuras na pele, de onde resulta o nome peste negra.
Pra você que sempre achou que essa história de circo de pulgas era lenda, prepare-se: circo de pulgas existe mesmo!
A colombiana radicada nos Estados Unidos Maria Fernanda Cardoso, dona do Circo de Pulgas Cardoso, sediado em San Francisco, nos EUA, usa pinça e lupa para manusear as artistas.
Sua trupe tem 300 pulgas, com quinze estrelas principais, cada membro da equipe faz um número, que vão desde andar na corda bamba até levantamento de peso, passando por danças, duelos e até vôos!
E já que os atores são muito pequenos, quase invisíveis a olho nu, o show é apresentado em uma tela de televisão onde a imagem aparece ampliada.
Porém, deve-se dizer: não é possível ensinar movimentos ao inseto. A treinadora apenas tira proveito dos seus reflexos naturais, como o de tentar se equilibrar sobre um fio de metal.
Pergunta: qual o significado da expressão 'com a pulga atrás da orelha'? Se você responder 'estar preocupado ou desconfiado' ou 'suspeitar de algo ou alguém', está correto!
Mas qual será a origem desta expressão? Bom, durante milhares de anos, o ser humano foi vítima desse bichinho impertinente.
Até meados do século XX, a pulga era, sem dúvida, um problema muito grave: montes de pulgas viviam nos colchões, nas almofadas, nos cabelos, nos armários...
Agora imaginem o desconforto de alguém, que acorda a meio da noite com uma dor horrível no ouvido, e encontra uma pulga sugando seu sangue!
Atualmente, esta expressão significa que suspeitamos de algo ou alguém: nos sentimos desconfortáveis, há qualquer coisa que nos incomoda… Será uma pulga?
Se quisessem, as pulgas poderiam tranquilamente ganhar a vida como atletas, e certamente não sobrariam muitas medalhas para americanos e chineses nas Olimpíadas!
Algumas pulgas podem pular um distância equivalente a 100 vezes o tamanho do próprio corpo: se mede 3 mm, pode dar um salto de até 30 cm. Isso equivale a uma pessoa de 1,70 m dar um pulo de 170 metros: a altura de um prédio de 60 andares!
Além disso, a aceleração produzida por estes pequenos insetos também é extraordinária: enquanto astronautas experimentam acelerações de até 8 G (isto é, oito vezes a aceleração da gravidade), a pulga do rato é capaz de produzir um pico de aceleração de 140 G!!
Certamente você já ouviu falar que um certo cinema por aí “é um pulgueiro”. Ele pode ser assim chamado por causa das suas cadeiras de madeira, das bomboniéres com guloseimas baratas, dos cartazes anunciando sessões duplas, dos banheiros limpos, mas mal conservados, dos lustres provincianos.
Enfim, um pulgueiro equivale a um cinema ao qual falta algum requinte. Porém, cuidado! Também há chance dele ser assim chamado devido às pulgas que insistam em permanecer sessão após sessão no escuro...
Parasitologia Humana. David Pereira Neves, Alan Lane de Melo, Odair Genaro e Pedro Marcos Linardi. 10ª edição. São Paulo, Editora Atheneu, 2003.
Entomologia Didática. Zundir José Buzzi. 4ª edição. Curitiba, Editora UFPR, 2002.
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